O empirísmo¹ é o grande estuário onde se aloja a fonte primária do conhecimento humano. Ele transcende a ciência. Arte, experiência e ciência são as fases que marcam o percurso do desenvolvimento material humano.
Balão é prática da experiência, portanto é empírico.
No caso em questão, o balão junino tem suas raízes nessa ordem. No Brasil, da maria preta ao balão japonês ou chinesinho, das Festas Juninas, o homem cresceu no desenvolvimento da arte do balão e atingiu o excelente padrão de arte coletiva, espetáculo invulgar de acontecimento público, de fascinante apelo popular.
O balão japonês, assim, serve como paradigma dessa arte milenar e inspira a técnica da fonte térmica auto-extinguível, utilizada nos demais modelos, pela simplicidade da sua concepção e pelo resultado prático da sua execução. Um punhado de algodão puro embebido em material inflamável para constituir a bucha de tempo determinado para se apagar. Essa modalidade, em plena fase de aprimoramento, explica o atual momento em que os balões descem apagados, só contrariados por alguns que ainda não utilizam essa tecnologia.
Para manter acesa a criatividade dos baloeiros o desafio permanece a partir do balão sem fogo, para iluminar as noites de junho.
Quem sabe, algum dia, alguém conseguirá soltar um balão à noite sem ser propulsão por fonte térmica auto-extinguível. Aí sim, estaremos diante de um novo paradigma da arte do balão junino.
Humberto Pinto Cel
Dir. Pres. da SAB
1. empirismo (dic. Michaelis)
em.pi.ris.mo
sm (empiria+ismo) 1 Sistema filosófico que nega a existência de axiomas como princípios de conhecimento, logicamente independentes da experiência. 2 Conhecimentos práticos devidos meramente à experiência. 3 Prática de basear-se demasiado na experiência e observação; rotina.
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