quinta-feira, 11 de julho de 2013

O Exemplar Resgate no Mar

Há poucos anos vem se desenvolvendo uma nova e invulgar modalidade de resgate de balões, o resgate no mar. Um tipo de aventura singular que exige alguns requisitos dos seus praticantes, além de uma embarcação convenientemente equipada.

Esse movimento peculiar é prova inequívoca de que o balão não tem vida efêmera e que no seu ritual estão contemplados os três momentos: a confecção, a soltura e o resgate.

No resgate no mar, entre outros valores, destacam-se a vontade, a organização, o espírito esportivo, a disciplina, a perícia e, sobretudo, a coragem dos seus executores.

Vontade é a grande alavanca que propulsa a ação humana.

A organização do grupo contém o barqueiro, ou piloto, responsável pela navegação do barco (lancha) e mais 3 ou 4 tripulantes, competentes para cumprir as demais tarefas que vão da preparação do barco, com a montagem da paliçada: uma formação cônica, de bambus fixados nas bordas do barco, até a captura dos balões que descem sobre a água. À exceção do piloto todos devem ser baloeiros, isto é, pessoas habilitadas no trato do balão. Presumem-se que todos estejam aptos para a natação, por se tratar de um exercício no mar.

O espírito esportivo e a disciplina parecem ser os atributos que os mantêm predispostos na colaboração e solidários com outros grupos que são atraídos pelo mesmo interesse.

A perícia e a coragem, com certeza, os predicados essenciais para a execução das manobras necessárias à recuperação do balão em pleno mar.

Mas, o mais importante de todo esse esforço que vem se tornando habitual, são os seus efeitos regeneradores. No decurso da execução desse resgate, do envolvimento de todos no trabalho de equipe, invulgar, é interessante ressaltar que na disputa pelo balão, depois de um início um tanto tumultuado, prevaleceu o racional, o entendimento, que possibilita apanhar o objeto da cobiça sem briga. Afinal, no mar, o chão do baloeiro é piso do barco e brigar na água não é simples.

Esse é o farol.

Assim, como venceu no resgate no mar, o desafio para o baloeiro é vencer as diferenças e contradições e mostrar para todos ser capaz de praticar com civilidade qualquer ato relativo ao balão. As regras estão latentes na mente de cada um, basta colocá-las em uso em todo lugar ou qualquer situação, na terra, como na água.

O êxito dessa experiência demonstra o valor do balão e toda capacidade do baloeiro, no seu curso e mostra que o resgate na terra, algumas vezes desastrado, pode e deve ser feito com harmonia.

Logo, se conclui que o exemplar resgate no mar apresenta a grande lição para pacificar o resgate na terra.

Obs. Terminava de redigir essa mensagem e o oportuno, mas mordaz, jornalismo do GLOBO edita a reportagem com imagem e som e o discurso para indispor autoridades contra os baloeiros.

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/

Agora sugerem que balão pode trazer "risco à segurança da navegação" e ameaçam os baloeiros que apanham balão no mar com a cassação da licença para navegar, como se eles fossem a Lei e no nosso país não houvesse justiça, só falta essa...

Jornal O GLOBO, segunda-feira, 21 de janeiro de 2008, escreve:



CAÇA AO BALÃO: Disputa atípica na Guanabara

."Com lanças de dez metros de comprimento quatro barcos disputavam ontem um balão com a inscrição "Pedrinho, 7 anos". Segundo o comandante da Capitania dos Portos, Wilson de Lima Filho, a cena flagrada pelo GLOBO na Baía de Guanabara é atípica e casos como esse nunca foram notificados pelas 13 equipes que fiscalizam a orla do Rio. Principalmente num mês como janeiro, quando é tido como incomum soltar balões. Se for considerado que a prática traz risco à segurança da navegação, os infratores podem ter a documentação do barco cassada, além de ser multados em até R$3 mil. O comandante do Aéreo-Marítimo (GAM), tenente-coronel Marcius Pinho, disse que o grupo retira os balões do mar quando acionado. E alerta que a prática de soltar balões é a principal causa dos incêndios florestais da cidade".



A SAB continua acompanhando a campanha infame contra a arte , o folclore e a cultura dos brasileiros e especialmente voltada contra os balões e seus artífices, os baloeiros, sempre alerta e pronta para denunciar qualquer tipo de violência contra os adeptos do balão, materializada nas ações intempestivas violadoras das liberdades individuais, sem amparo na Ordem Jurídica e nos princípios da Constituição brasileira de 1988.
SOCIEDADE AMIGOS DO BALÃO.

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