segunda-feira, 15 de julho de 2013

A Regulamentação do Balão

Mais uma reportagem sobre balão e mais uma exposição de fatos a denegrir os baloeiros.
Os mentores da trama diabólica contra os balões e seus artífices, metodicamente pensada e planejada, por certo estão radiantes, continuam manipulando para extinguir o balão do folclore e da cultura dos brasileiros.

A partir do Art. 42 da Lei 9.605, de 12fev1998, bater nos balões sem trégua, pela mídia, instigar a repressão e criar rejeição da população ao balão, são objetivos para inibir e empurrar os baloeiros para a clandestinidade, porque escondidos eles não prosperam, pensam. A tática parece boa, mas esquecem que não se consegue enganar a todos todo tempo. A inteligência humana, por mais que alguns tentem, continua se opondo às soluções simplistas, dirigidas para impor comportamentos, isto é, as soluções que surgem do nada e são tomadas de maneira eventual, sem maiores considerações. De modo geral, essas soluções, nascem da imaginação de gente apressada e são impostas na presunção de serem admitidas como normas para serem observadas. Ai reside o erro ou o perigo, pois “a emenda sai pior que o soneto”. A disciplina necessária é substituída pela improvisação de condutas e potencializa o risco.

Pelos fatos noticiados nos anos de vigência do Art. 42 da lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, decorrentes dos balões, ressalta o comportamento natural contrário à norma, pois a proibição provocou variação no modo de ação do baloeiro, empurrado para o campo imprevisível do oculto, embora a intenção do legislador fosse inibir a prática do balão até sua extinção.
Simples explicar a transformação.

A arte, o folclore e a cultura são fatos irremediáveis e quando os agentes do Estado de acordo não procedem se perdem em aleivosias, como diria o nosso saudoso Eduardo Viana.
A lição que se tira da confusão sobre o balão é que toda propaganda negativa, produzida, é estéril diante da arte.

No caso singular, a campanha para ser fértil deve ter o sentido de esclarecer o público, ensinar o procedimento correto e induzi-lo para o ato responsável, como é natural da racionalidade humana, e está no espírito da Lei, quer seja penal ou cível. Então o balão não mais será "coisa sem dono" e terá a autoria responsável do ato.
O automóvel é um instrumento na mão do homem e da mulher e quando causa dano o condutor responde.

Logo, a mídia contra o balão deve passar a considerar a necessária regulamentação do "balão junino" o que, sem dúvida, contribuirá para reduzir os riscos e servirá para restabelecer o equilíbrio social rompido pelo advento da criminalização do balão.Eles, repórteres e a imprensa têm responsabilidades conosco e com a sociedade. Os compromissos com a verdade e a faculdade da denúncia, são pressupostos do jornalismo. Então, tornar públicos fatos que acontecem no dia a dia e que afetam o viver das pessoas é dever de ofício da imprensa, natural e necessário, na sociedade democrática. Por outro lado, não devemos esquecer que "o direito de um termina quando começa o direito do outro". Este é o postulado da convivência social. Essa segurança é razão da Ordem Pública, em última análise, do Estado. A rede Record parece ter entendido e com a reportagem de 14mar2008, confirmando a de setembro de 2007, deu um sinal claro de que aceita o discurso pela descriminalização e regulamentação do balão.

Quando alguém diz:..."Eles só sabem meter o malho, só mostram o que querem e só mostram o lado ruim do balão. Por que eles não mostram o lado bom?...” O lado ruim, divulgado, atende ao sentido educativo da notícia, isto é, mostrar o erro para ser sanado e o lado bom eles mostraram com nossa presença e nossas palavras. Mas, o lado bom do balão que se refere é da responsabilidade exclusiva dos seus praticantes, os baloeiros, alguns devendo rever seus conceitos e cuidados para que o lado sujo não aconteça. Enfim, com esse apoio(?) bem vindo do jornalismo da Record, penso que estamos mais próximos da descriminalização regulamentação do balão. A lição parece bem nítida: o Art. 42 conseguiu degenerar (alterar, modificar para mal ou pior, corromper, estragar) a prática do balão e só a regulamentação será capaz de regenerar (corrigir, reabilitar). Os baloeiros precisam identificar os agenciadores da desordem e discutir sobre regulamentação, que certamente será a próxima fase do balão. Não há outra solução.

Sociedade Amigos do Balão

http://www.planetabalao.com/colunistas/humberto/materia20/materia20.htm

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