sábado, 8 de junho de 2013

Urgência em mudar o Rumo

O que continua crescendo são as transferências de recursos para o exterior, a deterioração política, o arrasamento cultural e a manipulação ideológica. Ou seja: enquanto se agigantam os males socioeconômicos, mingua o entendimento de suas causas. Ora, diagnóstico errado significa campo para a doença agravar-se.

O pior é que as questões nacionais, quando discutidas, o são em meio à desinformação e com as atenções voltadas para a superfície. Ademais, provocam-se divisões entre brasileiros, tais como a criada com a indústria de indenizações milionárias em favor de opositores aos governos militares e a tendência a pôr no banco dos réus os acusados de autorizar e de praticar torturas, como se está fazendo na Argentina.

Sintomático desse quadro é o “affaire” Ustra. Centenas de oficiais da reserva compareceram a desagravo ao Cel. Ustra, em Brasília, movidos pelo sentimento de ser ele e eles injustiçados. Por desinformação ou pouca atenção às questões nacionais, escolheram como orador o Sr. Jarbas Passarinho, ex-ministro da Educação do acordo MEC-USAID e ex-ministro da Justiça que, a pretexto de assentar indígenas ianomâmis, entregou riquíssima parte do território nacional à oligarquia estrangeira, crime tipificado no Código Penal Militar. Há também o espírito de corporação, nutrido por convicções como: 1) o movimento de 1964 teria salvo o Brasil do comunismo; 2) os governos militares demonstraram competência muito superior aos dos da Nova República, comparando-se as taxas de crescimento do PIB. De outra feita discutiríamos o que há de certo e de errado nisso. No imediato, temos de alertar que brasileiros estão sendo jogados contra brasileiros, por meio da polarização “direita-esquerda”.

A quem interessa aprofundar a cisão, a não ser aos grupos mundiais hegemônicos que intensificam o saqueio das riquezas do País? Em 1964, o resultado foi pôr a política econômica a serviço da ocupação total do mercado brasileiro pelas transnacionais. Sob o comando de Roberto Campos, indicado a Castelo Branco pela oligarquia anglo-americana, foram inviabilizadas muitas das melhores empresas nacionais. Nova dizimação ocorreu de 1979 a 1983.

Nos últimos 50 anos, a Fazenda, o Banco Central etc. nunca saíram das mãos da oligarquia financeira mundial, mas, à exceção de 1964 a 1966, os governos militares apresentam balanço menos desfavorável que os da Nova República no campo econômico e social. Estes se subordinaram ao “serviço da dívida”, dando seqüência à política de Delfin, sob Figueiredo, consolidada a partir de 1988, com fraude na Constituição para favorecer o serviço da dívida.

Que quer dizer tudo isso? Que, depois de ter suscitado a mudança do regime e de ter passado o controle dos meios de produção às transnacionais, o sistema de poder oligárquico estrangeiro pôde ampliar, mais profunda e rapidamente, sua máquina de sugação de recursos, com a pseudodemocratização dos anos 80. As eleições dependem de recursos financeiros, mais concentrados que nunca, e dos meios de comunicação. O que restava de autodeterminação foi cassado por meio da urna eletrônica sem voto impresso. Muitos oficiais das FFAA constatam o caos presente, mas se enganam ao pensar ele que ele: começou a ser gestado em 1985; decorreu do sistema democrático (que não existe); foi causado por políticas da esquerda. Nem Sarney, nem Collor, nem Itamar, nem muito menos FHC e Lula, são de esquerda. Estes dois confirmam a definição de Karl Mannheim (ideologia = tese a serviço de interesses). Pertencem ao partido contrário à independência nacional, reprovado por Barbosa Lima Sobrinho.

Intelectuais ligados a serviços secretos estrangeiros dizem que Lula adota estratégia gramscista, com o objetivo de implantar um regime socialista. Muitos militares lhes dão crédito, a maior parte deles já na Reserva ou reformados, mas isso pode ser questionado, pois, para os petistas os interesses pessoais estão acima de qualquer projeto, e falta-lhes estofo para enfrentar os magnatas.

Como quer que seja, o estraçalhamento da nacionalidade tem de ser sustado. O País está sendo não apenas espoliado, mas descaracterizado, com deliberada deformação cultural e de valores, a cargo do marketing transnacional, cuja meta é criar um povo de escravos. O importante é que ainda há civis e militares conscientes, que hão de fazer reverter esse processo.

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